Leia abaixo o momento em que eles vencem a barreira da aproximação e se beijam pela primeira vez....
-Clara, olha. Eu quero fazer uma
coisa hoje.
-O quê?
-Eu vou dar um passo agora e
quero que você no mesmo instante dê outro. Ok?
-Porque?
-Eu acho que isso pode dar certo
se fizermos o movimento no mesmo instante, nossas naturezas não terão tempo de sentir,
emergir e provocar uma a outra porque estarão presas na nossa metade humana por
um curto espaço de tempo e nesse período conseguiremos refrear nossos
instintos.
E diante do silêncio dela ele
voltou a questionar.
-Acredita que consegue controlar
seu corpo animista por alguns minutos?
-Eu... acho que sim.
A menina ficou instantaneamente
com a garganta seca e o estômago retorceu dentro dela. Sabia o que ele ia
tentar fazer e ficou ansiosa.
-Ótimo. Se você conseguir se
controlar, eu também consigo, mas ambos temos que querer.
Ela estava respirando forte. Ele parecia um pouco nervoso.
-Eu preciso saber. Você quer dar
esse passo também? – Ele perguntou com a voz rouca e os seus olhos denunciavam
o tamanho da ansiedade pela resposta.
A menina pensou que ele não podia
imaginar o quanto ela queria.
-Quero. –Respondeu puxando
fortemente o ar para os pulmões.
-Então quando eu contar até três.
Um...
-Dois...
-Três.
Ambos moveram-se em direção um do
outro. Os tênis se esbarrando. Nunca estiveram tão juntos. Os dois irradiavam a
energia de manifesto de suas naturezas. Clara segurava sua transformação,
concentrando a mente no momento e no quanto queria vivê-lo nem que fosse por
uma única vez. Fechou os olhos e sentiu
que o corpo obedecia sua vontade.
-Tá tudo bem? – Ele parecia
preocupado.
-Sim. – E então abriu os olhos. A
luz prata, que era a maior indicação de força da estranha natureza dele, estava
acesa e por isso a menina sabia que o rapaz estava também em uma batalha
interna com seu corpo e suas reações.
-Como se sente?
-Controlada.
Ele olhou para as mãos dela.
Esticou seu dedo indicador e tocou o dela devagar. Testando, avaliando os
riscos. Ela reagiu e lentamente foi entrelaçando com cuidado os outros dedos.
Ambos olhavam o procedimento
fascinados. A pele formigava e eles não sabiam se era a reação contrária de
seus corpos querendo emergir ou se era a intensidade do momento que eles
esperaram por tanto tempo.
Ela olhou para o rosto bonito a
sua frente e com essa proximidade inédita pôde notar que a luz prateada estava
dando lugar a cor verde, estranhamente metálica e bem clarinha. Os olhos eram
por onde ela media o quão mito ou humano ele estava. E a menina notou que ele estava
mais humano do que nunca agora.
Ele alcançou a outra mão. Dessa
vez mais confiante e apertou as mãos dela como para se certificar que era real.
O polegar dele movia-se sutilmente sobre o dela num gesto carinhoso. Eles
ficaram ali alguns segundos curtindo o momento que muitos julgariam ser impossível.
Ele olhou para a boca dela e
Clara viu no rosto dele a intenção de experimentar o desconhecido e a
determinação de fazê-lo. Ficou com medo de ser demais para suportarem.
Rico enxergou o medo nos olhos
dela, entretanto esse era um sentimento com o qual ele estava familiarizado.
Era território conhecido.
Soltou a mão direita e subiu
lentamente os dedos pelo braço da menina até parar próximo ao rosto e tocá-lo
com cautela.
Era um momento que nada, nem
ninguém poderia impedir ou estragar. A parte mais humana, das sensações mais
carnais tomou conta deles.
Rico passeou seus dedos pelos
cabelos dela sentindo a maciez, era como um sonho para ele estar tão perto
dela. O rapaz fechou sua mão por trás do seu pescoço e a puxou para ele. Baixou
a cabeça e beijou.
Beijou com vontade. Vontade
reprimida porque há dias imaginava como seria beijá-la. Foi um beijo forte e
desejoso. Longo, molhado e profundo. A outra mão dele envolveu a cintura dela
puxando-a para si. O hálito doce dela inebriando os sentidos dele. A forma como ele movimentava a boca sobre a
dela, lenta e sensual, deixou a menina trêmula.
Ela deixou que ele a envolvesse
por completo e sentiu se entregar à doçura da boca dele. Os dedos dele em seu
pescoço acariciavam sua nuca e ela pensou que a intensidade do que estava
sentindo era algo irreal. Talvez ela fosse acordar a qualquer instante e
descobrir que estivera sonhando.
Mas não era um sonho, a barreira
inicial tinha sido quebrada. Um casal apaixonado como outro qualquer. Beijando
e experimentando sensações novas e agradáveis.
Emilene. Voce ttirou estta obra rica e deliciosa do Curupira ou deixou o resumo da obra?Nunca vi coisa mais real! amei tudo isso.
ReplyDeleteSaudades.
Olá.Faz parte da história "A lenda do Curupira".
ReplyDeleteBaixe a história completa.
http://www.4shared.com/office/T6nO3U56/a_lenda_do_curupira.html