Wednesday, March 13, 2013

O primeiro beijo

Rico e Clara possuem naturezas diferentes que limitam a proximidade e impedem que possam estar menos de dois metros um do outro. Eles iniciam a história sendo inimigos, mas acabam se conhecendo melhor e firmando uma amizade que transforma-se em paixão. O livro pode ser baixado e lido pelo site do 4share com o nome "A lenda do Curupira".
Leia abaixo o momento em que eles vencem a barreira da aproximação e se beijam pela primeira vez....


-Clara, olha. Eu quero fazer uma coisa hoje.
-O quê?
-Eu vou dar um passo agora e quero que você no mesmo instante dê outro. Ok?
-Porque?
-Eu acho que isso pode dar certo se fizermos o movimento no mesmo instante, nossas naturezas não terão tempo de sentir, emergir e provocar uma a outra porque estarão presas na nossa metade humana por um curto espaço de tempo e nesse período conseguiremos refrear nossos instintos.
E diante do silêncio dela ele voltou a questionar.
-Acredita que consegue controlar seu corpo animista por alguns minutos?
-Eu... acho que sim.
A menina ficou instantaneamente com a garganta seca e o estômago retorceu dentro dela. Sabia o que ele ia tentar fazer e ficou ansiosa.
-Ótimo. Se você conseguir se controlar, eu também consigo, mas ambos temos que querer.
Ela estava respirando forte.  Ele parecia um pouco nervoso.
-Eu preciso saber. Você quer dar esse passo também? – Ele perguntou com a voz rouca e os seus olhos denunciavam o tamanho da ansiedade pela resposta.
A menina pensou que ele não podia imaginar o quanto ela queria.
-Quero. –Respondeu puxando fortemente o ar para os pulmões.     
-Então quando eu contar até três. Um...                               
-Dois...
-Três.

Ambos moveram-se em direção um do outro. Os tênis se esbarrando. Nunca estiveram tão juntos. Os dois irradiavam a energia de manifesto de suas naturezas. Clara segurava sua transformação, concentrando a mente no momento e no quanto queria vivê-lo nem que fosse por uma única vez.  Fechou os olhos e sentiu que o corpo obedecia sua vontade.
-Tá tudo bem? – Ele parecia preocupado.
-Sim. – E então abriu os olhos. A luz prata, que era a maior indicação de força da estranha natureza dele, estava acesa e por isso a menina sabia que o rapaz estava também em uma batalha interna com seu corpo e suas reações.
-Como se sente?
-Controlada.
Ele olhou para as mãos dela. Esticou seu dedo indicador e tocou o dela devagar. Testando, avaliando os riscos. Ela reagiu e lentamente foi entrelaçando com cuidado os outros dedos.
Ambos olhavam o procedimento fascinados. A pele formigava e eles não sabiam se era a reação contrária de seus corpos querendo emergir ou se era a intensidade do momento que eles esperaram por tanto tempo.
Ela olhou para o rosto bonito a sua frente e com essa proximidade inédita pôde notar que a luz prateada estava dando lugar a cor verde, estranhamente metálica e bem clarinha. Os olhos eram por onde ela media o quão mito ou humano ele estava. E a menina notou que ele estava mais humano do que nunca agora.
Ele alcançou a outra mão. Dessa vez mais confiante e apertou as mãos dela como para se certificar que era real. O polegar dele movia-se sutilmente sobre o dela num gesto carinhoso. Eles ficaram ali alguns segundos curtindo o momento que muitos julgariam ser impossível.
Ele olhou para a boca dela e Clara viu no rosto dele a intenção de experimentar o desconhecido e a determinação de fazê-lo. Ficou com medo de ser demais para suportarem.
Rico enxergou o medo nos olhos dela, entretanto esse era um sentimento com o qual ele estava familiarizado. Era território conhecido.
Soltou a mão direita e subiu lentamente os dedos pelo braço da menina até parar próximo ao rosto e tocá-lo com cautela.
Era um momento que nada, nem ninguém poderia impedir ou estragar. A parte mais humana, das sensações mais carnais tomou conta deles.
Rico passeou seus dedos pelos cabelos dela sentindo a maciez, era como um sonho para ele estar tão perto dela. O rapaz fechou sua mão por trás do seu pescoço e a puxou para ele. Baixou a cabeça e beijou.
Beijou com vontade. Vontade reprimida porque há dias imaginava como seria beijá-la. Foi um beijo forte e desejoso. Longo, molhado e profundo. A outra mão dele envolveu a cintura dela puxando-a para si. O hálito doce dela inebriando os sentidos dele.  A forma como ele movimentava a boca sobre a dela, lenta e sensual, deixou a menina trêmula.
Ela deixou que ele a envolvesse por completo e sentiu se entregar à doçura da boca dele. Os dedos dele em seu pescoço acariciavam sua nuca e ela pensou que a intensidade do que estava sentindo era algo irreal. Talvez ela fosse acordar a qualquer instante e descobrir que estivera sonhando.
Mas não era um sonho, a barreira inicial tinha sido quebrada. Um casal apaixonado como outro qualquer. Beijando e experimentando sensações novas e agradáveis.

2 comments:

  1. Emilene. Voce ttirou estta obra rica e deliciosa do Curupira ou deixou o resumo da obra?Nunca vi coisa mais real! amei tudo isso.


    Saudades.

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  2. Olá.Faz parte da história "A lenda do Curupira".
    Baixe a história completa.

    http://www.4shared.com/office/T6nO3U56/a_lenda_do_curupira.html

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