Entrou
apressado. Soltou as correntes com um só golpe e com extremo cuidado virou a
menina para olhá-la. Estava com hematomas no rosto e sua testa tinha rastro de
sangue seco. Ele soltou um rugido de dor ao vê-la ferida.
Rico
pegou Clara nos braços e a suspendeu para tirá-la dali. Passou pela abertura da
pedra sem problemas, nenhuma magia o deteve, e logo Joshua, Finn e Cheh estavam
com ele verificando o pulso e o coração da menina Clara.
-Vamos
levá-la pra minha casa. Ela precisa de cuidados.
Ninguém
se opôs. Damon teve o cuidado de pegar Carl pelo colarinho porque imaginou que
ele tinha muitas explicações para dar.
Tempo
depois Rico colocava a namorada com muito zelo no grande sofá da casa dos
Salvatore. Ajoelhou-se diante dela e falou com tamanha ternura que os presentes
acharam que era outra pessoa diante deles.
-Clara,
por favor, acorda.
Elena
apareceu com uma bacia de água quente e aproximou-se dela. Precisavam tirar
toda a sujeira e o sangue de seu rosto. Olhou para Rico antes de tocar a menina
e ele deu espaço para ela.
Damon
havia prendido Carl no porão da casa e agora todos presenciavam a aflição dos
animistas e do Curupira para voltar a menina à consciência.
Joshua
colocou todo o cabelo dela para trás e tocou o rosto da amiga.
-Vamos
lá Clara, você é forte. Acorda.
Rico
olhava a cena e só podia pensar que se alguma coisa acontecesse à ela, ele não
suportaria.
O
rapaz se aproximou da namorada e Joshua se distanciou. Caroline falou bem baixo
para Helena.
-Observou
que eles nunca ficam muito perto um do outro? Quando Joshua se aproxima, Rico
recua e vice-versa.
Damon
que tinha ouvido o comentário prestou mais atenção ao detalhe.
-Até
que você não é de todo burra loirinha. Você tem razão. Há alguma coisa que os
impede de estar muito próximos.
Clara
fez o primeiro movimento para acordar e todos se moveram em volta dela.
Instantaneamente os animistas deram dois passos para trás e Rico se ajoelhou
junto da menina.
Ela
abriu os olhos e ele sorriu carinhoso.
-Jesus
Cristo Clara, graças a Deus você acordou.
Clara
ergueu a mão e tocou o rosto lindo do namorado. Sentiu a pele alva e aveludada
e os quentes olhos verdes vítrios e bem clarinhos que emoldurava perfeitamente
a expressão preocupada. Ela pensou que ele estava muito preocupado mesmo porque
podia demonstrar isso na sua expressão e ele nunca demonstrava os sentimentos
de forma tão aberta.
-Estou
bem. Só um pouco fraca.
Rico
olhou para Joshua.
-Ela
precisa comer.
O
animista olhou para os vampiros e fez uma tentativa.
-Há
alguma coisa além de sangue na sua geladeira?
Stephan
negou e sussurrou uma desculpa sincera.
-Tudo
bem. Vou sair pra comprar algo pra ela comer.
-Eu
levo você. É mais rápido de carro.
Bonnie
saiu pra levar Joshua até a conveniência mais próxima e os vampiros continuaram
observando o Curupira e a namorada.
-Ela
é bem bonita. Por isso ele estava tão desesperado. Acho que hoje tem festinha.
Se é que me entende.
Elena
olhou pra ele inconformada com o comentário sem propósito.
-Cala
a boca Damon.
O
Curupira se sentou e puxou Clara para seu colo. Ela aninhou-se à ele e sorriu
fracamente.
-Não
acredito que está aqui.
-Eu
disse que viria. – Ele massageou seus cabelos e beijou sua testa. – Se tivesse
acontecido alguma coisa com você...eu...
A
menina colocou um dedo na boca dele silenciando-o. Olhou a sua volta e viu os
amigos animistas e ergueu um pouco o corpo para olhá-los.
-Vocês
todos aqui. Obrigado.
Eles
se aproximaram, mas não muito e sorriram pra ela claramente aliviados por vê-la
acordada.
-Bem-vinda
de volta.
Clara
sentou-se no sofá e só então viu os vampiros que a fitava curiosos. Elena e
Caroline sorriam timidamente, Damon ergueu a sobrancelha de maneira sedutora e
Stephan acenou com a cabeça num cumprimento mudo, mas gentil. Ela olhou para
Rico.
-Vampiros?
-Sim.
Por algum motivo Carl te trouxe pra uma cidade cheia deles.
-E
onde está Carl agora?
Damon
se adiantou pra falar.
-No
porão. Esperando para ser interrogado sob o fogo devorador do seu namorado
nervosinho.
Clara
olhou para Rico e imaginou o que ele teria feito para sua fama estar em evidência
em tão pouco tempo. Ela o conhecia melhor que ninguém e sabia que ele podia ser
intolerável algumas vezes, violento e sem medida outras. Ele deu de ombros com olhar inocente e sem
culpa.
Joshua
e Bonnie retornaram com uma infinidade de alimentos que os vampiros achavam que
duraria dias, mas Clara era uma felina e seu apetite explodiu nela quando viu
todas aquelas coisas.
O
amigo espalhou as guloseimas na mesa de centro da sala e a menina sentou-se no
chão e começou a comer e beber enquanto todos olhavam impressionados para o
tamanho de sua fome.
Rico
sentou-se atrás dela de maneira que ela pudesse apoiar seu corpo no tórax dele.
Abraçava e tocava a namorada o tempo todo, cuidando e sentindo sua pele, seu
cheiro, sua presença ali. As três meninas achou que era muito lindo o cuidado e
o amor tão evidente do Curupira pela garota.
Depois
do que pareceu um longo tempo para alguém se alimentar, Damon não se conteve e
soltou o comentário que há muito queria fazer.
-Vai
conseguir comer tudo isso mesmo? Porque honestamente, nunca vi uma humana comer
tanto.
Os
animistas riram e Finn explicou divertido.
-Clara
não é humana, vampiro. Ela é um guepardo e acredite, você ainda não a viu
comer.
Eles
riram novamente.
Stephan
avaliou a situação. O Curupira não conseguia ficar a menos de três passos de
distância dos animistas, mas podia tocar a namorada sem nenhuma restrição. Com
certeza, ela não era uma animista comum e era muito curioso que eles se
relacionassem.
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